1 de mai. de 2009

O último dele pra ele.

Vou desaguar a dor que me invade,
Dentro de um imenso poço.
Destilar minha saudade, esquecer de você.
Vou desistir do teu jogo.

Vou recusar as horas a fio
Que passei pensando em teu corpo.
Tua atitude, suja e vil,
Dará lugar à outro ombro.

Vou derramar suas lembranças em lírios,
Tropeçar no meio-fio da calçada.
Os dias em que respirei martírios,
Dará lugar à risadas.

Me embriagar de outros beijos e abraços,
Vou revidar minha mágoa.
Nas noites de festa, esse cansaço
Será só mancha, só nódoa.

Embebedar meu ser de outros olhos,
Rir alto, falar palavrão.
Esquecer que um dia você existiu
Dentro deste coração.

Vou respirar outra manhã de outono,
Dar fim às promessas de amor.
As juras que hoje invadem minha mente,
Terão um novo sabor.

E os encontros marcados e não idos,
Sua surdez. Sua mudez.
Vou recuperar o tempo perdido,
Esquecer sua desfaçatez.

Vou me aventurar em outros mares (e corpos)
Beijar outras mãos, ler poesia clichê
Vou me curar entre goles e copos,
Vou me perder de você.

Suas palavras de carinho,
Sem importância, vou publicar.
Vou derramar suas fotos no lixo
Sem ter o que amargar.

E se, por ventura, você me esperar
Em qualquer esquina de novo,
Vou preferir te ignorar.
Vou refazer meu consolo.

(Guilherme Gomes Ferreira)

2 comentários:

  1. Precisa atualizar isso, Priscilittle

    hahahaha
    depois dele, venho mais dois Oo
    aquela história de "a fila anda" não é brincadeira...

    ResponderExcluir

Escreva mesmo sem saber o porque...