22 de set. de 2011

Canção das Mulheres


Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais. Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta. Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva, saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor. Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso. Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes. Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais. Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida. Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize. Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire. Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso. Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

Lya Luft

7 de set. de 2011

00:55

Conviver com alguém deve ser tão ou mais complicado do que qualquer coisa que alguém possa vir a imaginar, pensar, raciocinar ou discernir...
É, deve ser...

Partindo da premissa que as pessoas são integralmente diferentes, pensam coisas que na maioria das vezes, não chegam nem ao cerne do teu real querer, é praticamente impossível associar a ideia de rotina com satisfação.
Acordar todos os dias com alguém, dividir tarefas (mesmo que a balança sempre penda para um lado), perder a famigerada "liberdade" é algo que ás vezes amedronta.
Nós, na qualidade de seres humanos não conhecemos diversas coisas, e por consequência, tememos o desconhecido, e é por isso que as relações interpessoais hoje em dia, são mais complexas do que elas realmente parecem.

Não basta só querer.
O conviver precisa de dedicação, zelo, hombridade e companheirismo.

Antes de se sentir ameaçado quando alguém está prestes a invadir seu espaço, usar seus chinelos e dormir na sua cama, olhe pra você, e note o quanto monstruoso você pode parecer.

Bú!